Edição 2012

Paulo Lobo, natural de Lamego, fez do Porto a sua cidade. É um dos designers portugueses de maior renome a nível nacional e internacional. Autodidata, funda o gabinete de design de interiores em 1985 e assina múltiplos espaços fora de portas, como Brasil, Polónia, Itália, Alemanha, Espanha e Suíça. A ele se deve o bom crescimento de muitos dos espaços de lazer do Porto. Receberam a sua assinatura muitos dos interiores extraordinários de espaços gastronómicos como o Buhle – aclamado pela revista Wallpapper – o Shis ou o Cafeina. Muita coisa inspira as criações de Paulo Lobo, música, moda, craft e handmade, mas sobretudo a cidade. Para ele o grande sentido de missão é a urgência de renovar, actualizar, saber utilizar a mão-de-obra e as técnicas artesanais sem nunca descuidar a essência da alma original de um espaço.

Luís Coquenão é um dos mais conceituados pintores de todo o norte de Portugal. Nascido em Lobito, Angola, em 1953, Luís Coquenão conta no seu currículo com inúmeras participações em exposições colectivas no Brasil, Alemanha, Portugal e Espanha, tendo recebido rasgados elogios da crítica e o aplauso dos colecionadores privados, após exposições individuais na ARCO (Espanha) e no Brasil. Os temas favoritos de Luís Coquenão sempre foram aqueles que possuem um alcance mais universal – tempo e espaço, misticismo e realidade, criatividade e liberdade, verdade e artificio – tanto por serem questões naturais ao próprio acto de pintar, como por serem mais adequadas às características de síntese da imagem.

Carlos Guedes tem uma actividade multifacetada em composição e design sonoro, contando inúmeros projetos encomendados para dança, performance teatral, cinema e instalações interativas, além de música de concerto convencional. O seu trabalho criativo foi apresentado principalmente na Europa e nos Estados Unidos em diversas formas e formatos. Carlos Guedes obteve o doutoramento em Composição na NYU (Universidade Nova York) em 2005 onde fez pesquisa sobre dança interactiva. Como compositor, tem desenvolvido trabalho em várias áreas, nomeadamente música para dança, cinema e teatro, assim como instalações multimédia interactivas.

Souto de Moura é um arquitecto fascinado pela beleza e autenticidade dos materiais. O seu conhecimento de construção e habilidade com os materiais, estão sempre patentes nos seus edifícios. As suas obras, tecem conjuntamente referências complexas às características da região, paisagem, local e história da arquitetura em geral. Muitas vezes geometrias simples, são sublinhadas por um jogo reciproco de sólido/vazio ou luz/sombra. A sua arquitetura não é óbvia, frívola ou pitoresca, ela está imbuída de inteligência e seriedade. O seu trabalho requer um encontro intenso, não um rápido vislumbre. Tal como a poesia, é capaz de comunicar emocionalmente com aqueles que levam tempo para a ouvir. Pela arquitetura que parece sem esforço, serena, e simples, e pelo cuidado e poesia que permeia cada projeto, Souta de Moura recebeu em 2011, o Prémio Pritzker de Arquitetura.

Carvalho Araújo procura nos seus projectos, atingir o limite do essencial, porque a nudez, no sentido puro da palavra, é onde reside a verdade que procura na arquitectura. Fazer apenas o essêncial, resolver os problemas de forma simples e sóbria. Um design limpo de excessos de maquilhagens que vive da resolução de problemas. Defende uma arquitectura activa, que se preocupa com o despertar de sentimentos, com aquilo que aparentemente não é óbvio. A ausência, tal como o silêncio, é uma das melhores formas de afirmação, desde que imponha o seu respeito e que tenha equilíbrio, é também fundamental. A componente de crítica e análise reflectem-se nas suas abordagens. Não se fica pelas soluções imediatas, nem se limita a construir contentores para cumprir aquilo que lhe foi solicitado, procura acima de tudo questionar e antecipar cenários numa perspectiva estratégica.

Na melhor tradição da profissão, o compromisso de Fátima Fernandes e Michele Cannatà sempre foi caracterizado por identificar as estratégias mais adequadas para a formulação de propostas capazes de transformações sensíveis aos valores do lugar, história e tradição de construção local, mas ao mesmo tempo adequado para a expressão valores contemporâneos. As obras realizadas são representativas desta abordagem ao projeto e testemunhas de uma grande sensibilidade na montagem e interpretação destes elementos que sempre representaram as bases da prática de arquitectura. A sua experiência, muitas vezes executada em lugares difíceis e marginais, representa acima de tudo um exemplo de como um compromisso cuidado, continuo e rigoroso, produz grandes resultados, e em certa medida, inesperados.